quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

O Poder da(s) Palavra(s)

Numa época em que se diz tudo sobre todos, em que algumas revistas revelam muito mais do que gostaríamos de saber, em que abundam os reality shows e concursos sobre matérias, entre outras, tão delicadas como o amor e a fidelidade, importa perceber alguns limites da comunicação.

Entre a vontade irreprimível de falar e a necessidade imperiosa de sermos ouvidos, podemos ficar prisioneiros dos excessos da comunicação e perder completamente a noção dos limites.
Isto porque, nem tudo é passível de ser dito e nem tudo é possível ser escutado. As palavras são libertadoras e transformadoras mas também podem ser armas poderosas.

Neste entendimento, e tendo por base este pequeno excerto de José Saramago: "...As palavras são boas. As palavras são más. As palavras ofendem. As palavras pedem desculpa. As palavras queimam. As palavras acariciam. As palavras são dadas, trocadas, oferecidas, vendidas e inventadas. As palavras estão ausentes. Algumas palavras sugam-nos, não nos largam: são como carraças: vêm nos livros, nos jornais, nos slogans publicitários, nas legendas dos filmes, nas cartas e nos cartazes. As palavras aconselham, sugerem, insinuam, ordenam, impõem, segregam, eliminam. São melífluas ou azedas"

Em matéria de comunicação há regras a cumprir e uma delas é saber para quem falamos. Antes de dizer o que quer que seja que possa marcar ou magoar quem nos ouve, é fundamental perceber se essa pessoa está preparada para ouvir o que  temos para lhe dizer.
Não importa aquilo que sabemos e, muito menos, aquilo que achamos que temos de dizer. O importante, isso sim, é saber se aquela pessoa está em condições de ouvir e entender.