segunda-feira, 6 de outubro de 2014

A ESCOLA QUE QUERO!!!

A escola de massas, onde um professor ensina ao mesmo tempo e no mesmo lugar dezenas de alunos, nasceu com a revolução industrial mas chegou ao século XXI. Decorridos dois séculos, mudaram os estudantes, mudou a sociedade e mudou o mercado de trabalho. Quando mudará a escola?

A escola de hoje, muito inspirada no cartesianismo, que privilegia tudo o que é racional, deixa de fora aquilo que é emocional. Esta visão racionalista do ensino desenvolve as competências racionais das crianças e jovens e evita os aspetos emocionais, artísticos e as visões humanistas do mundo.

Numa altura em que começa a emergir uma outra era, a designada"era conceptual" assim apresentada por Daniel Pink no livro A Whole New Mind: How to Thrive in the New Conceptual Age, na qual se valorizam os trabalhadores que consigam ser mais criativos e com maior inteligência emocional. De acordo com o que defendem alguns autores, aquilo que os empregadores hoje valorizam no estudante, mais do que aquilo que ele sabe "é a capacidade que ele tem de aprender coisas novas, de se adaptar às situações, de produzir conhecimento, de interagir". Só desta forma é possível os alunos ganharem autonomia.

Neste sentido, corroboro com o pensamento de alguns autores que defendem o desenvolvimento de outras competências, necessárias para que as crianças e jovens possam enfrentar desafios futuros, como: pensamento crítico e capacidade de resolução de problemas, colaboração, agilidade e adaptabilidade, iniciativa e empreendedorismo, boa comunicação oral e escrita, capacidade de aceder à informação e analisá-la, e por último, curiosidade e imaginação. 

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

O CAMINHO É...QUALIFICAR, QUALIFICAR, QUALIFICAR!!!

Nos últimos dias tem sido notícia, por parte de alguma imprensa, a dramática questão do desemprego altíssimo entre os jovens licenciados. Segundo dados do INE, dos 146,5 mil desempregados, mais de 81 mil estão sem trabalho há mais de um ano. Esta situação, só não é mais grave porque, como é do conhecimento de todos nós, muitos milhares de jovens tem emigrado com a perspetiva de encontrarem um futuro que por cá não vislumbram. 

Neste contexto, temo que estes números venham alimentar uma ideia perversa e errada, sobretudo por parte de alguma imprensa e de alguns "opinadores" de ocasião, ao considerarem-nos um "país de doutores". Esta ideia de sermos um "país de doutores" pretende fazer crer de que "não vale a pena estudar" e que "excesso de qualificações é problema". Num país em que existe, ainda, um grande défice de qualificação, esta, nunca pode estar no lado do problema. Daí, considerar importante rebater a ideia generalizada na sociedade portuguesa de que temos licenciados a mais e de que não adianta estudar pois espera-os o desemprego. 

A verdadeira questão, primeiro,  não é por serem licenciados que os jovens se encontram no desemprego. Estão no desemprego porque temos um mercado de trabalho pouco desenvolvido e ainda insuficientemente necessitado de mão-de-obra qualificada. Precisamos de evoluir de uma economia de mão-de-obra intensiva, de baixos salários e baixas qualificações, para um modelo assente em trabalho mais qualificado e na exportação de um novo tipo de bens. 
Por outro lado, e de acordo com o Relatório da OCDE, "Education at a Glance 2012", a diferença salarial de jovens com licenciatura para jovens com formação de nível secundário é de 69%. Daí, considerar-se que Portugal, ainda, é um dos países que mais compensa adquirir formação e qualificação. 

Assim, e ao contrário do que por vezes se quer fazer crer, ter um diploma do ensino superior continua a ser um instrumento privilegiado para aceder a um posto de trabalho e uma garantia de que este terá, comparativamente, maior estabilidade, melhor remuneração e maiores possibilidades de progressão na carreira. Além de que, uma licenciatura continua a ser uma boa forma de resistir ao desemprego. 

Para concluir, o desenvolvimento das sociedades exige, cada vez mais, o investimento nos seus principais recursos,  as pessoas. Para isso, o caminho é qualificar, qualificar, qualificar!!!! 

 "Se não acredita no investimento da educação experimente investir na ignorância