quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

O CAMINHO É...QUALIFICAR, QUALIFICAR, QUALIFICAR!!!

Nos últimos dias tem sido notícia, por parte de alguma imprensa, a dramática questão do desemprego altíssimo entre os jovens licenciados. Segundo dados do INE, dos 146,5 mil desempregados, mais de 81 mil estão sem trabalho há mais de um ano. Esta situação, só não é mais grave porque, como é do conhecimento de todos nós, muitos milhares de jovens tem emigrado com a perspetiva de encontrarem um futuro que por cá não vislumbram. 

Neste contexto, temo que estes números venham alimentar uma ideia perversa e errada, sobretudo por parte de alguma imprensa e de alguns "opinadores" de ocasião, ao considerarem-nos um "país de doutores". Esta ideia de sermos um "país de doutores" pretende fazer crer de que "não vale a pena estudar" e que "excesso de qualificações é problema". Num país em que existe, ainda, um grande défice de qualificação, esta, nunca pode estar no lado do problema. Daí, considerar importante rebater a ideia generalizada na sociedade portuguesa de que temos licenciados a mais e de que não adianta estudar pois espera-os o desemprego. 

A verdadeira questão, primeiro,  não é por serem licenciados que os jovens se encontram no desemprego. Estão no desemprego porque temos um mercado de trabalho pouco desenvolvido e ainda insuficientemente necessitado de mão-de-obra qualificada. Precisamos de evoluir de uma economia de mão-de-obra intensiva, de baixos salários e baixas qualificações, para um modelo assente em trabalho mais qualificado e na exportação de um novo tipo de bens. 
Por outro lado, e de acordo com o Relatório da OCDE, "Education at a Glance 2012", a diferença salarial de jovens com licenciatura para jovens com formação de nível secundário é de 69%. Daí, considerar-se que Portugal, ainda, é um dos países que mais compensa adquirir formação e qualificação. 

Assim, e ao contrário do que por vezes se quer fazer crer, ter um diploma do ensino superior continua a ser um instrumento privilegiado para aceder a um posto de trabalho e uma garantia de que este terá, comparativamente, maior estabilidade, melhor remuneração e maiores possibilidades de progressão na carreira. Além de que, uma licenciatura continua a ser uma boa forma de resistir ao desemprego. 

Para concluir, o desenvolvimento das sociedades exige, cada vez mais, o investimento nos seus principais recursos,  as pessoas. Para isso, o caminho é qualificar, qualificar, qualificar!!!! 

 "Se não acredita no investimento da educação experimente investir na ignorância