sábado, 25 de fevereiro de 2012

Escolher é Decidir......



Nas nossas vidas, os maiores problemas não são os obstáculos do caminho,  mas a escolha da direção errada. 
Neste entendimento, o momento de escolher, seja a nível pessoal, profissional ou académico, torna-se  assim ,uma das decisões mais importante da nossa vida.
A época em que vivemos, é uma era de incertezas, de fragmentações, de desconstruções, da procura de valores, do vazio, do imediatismo, do hedonismo, do consumismo, etc.. É um período em que os indivíduos tendem a sentir-se confusos diante da velocidade com que o seu mundo se modifica, tornando, por isso, nebulosa a sua própria inserção nesse mundo.
Neste contexto, cabe-nos  lançar a mão a novas ferramentas, que favoreçam a nossa evolução pessoal e nos preparem melhor para a adaptação ao tempo em que vivemos, e nos permita descobrir e aperfeiçoar novas competências.
Enquanto sintoma de crise, a instabilidade tem a vantagem de nos obrigar a ir mais fundo na procura e desenvolvimento dos nossos recursos, e da maneira de utiliza-los melhor e o mais plenamente possível e, deste modo, ultrapassar os obstáculos.
Esta necessidade de nos ultrapassarmos traduz-se numa procura de aprofundamento do nosso auto conhecimento. Só isto permite ter uma consciência mais alargada das nossas competências, tornar mais claros os nossos interesses, conhecer desejos e motivações e fazer escolhas mediante esta realidade.
Neste sentido, mais do que informar sobre as carreiras profissionais ou ajudar a escolher uma profissão, cabe à Orientação Vocacional, promover o auto conhecimento e auxiliar o indivíduo a adaptar-se à vida.
Escolher é esboçar um projeto de vida. Estabelecer e fixar esse projeto é, por vezes, mais que uma escolha, pois implica  renunciar a várias outras escolhas possíveis. Escolher é decidir e essa decisão é um ato de coragem que significará perda.
Assim, encarar a escolha significa encarar o conflito que se trava dentro de nós, e que por vezes  é dolorosa, cansativa e angustiante, mas que deve ser enfrentada.
 
 


domingo, 5 de fevereiro de 2012

Conhecimento sem afetos vale menos

Vivemos uma época de permanente mudança e o que define e carateriza essa mudança é a economia.
Globalizada e ferozmente competitiva, esta exige dos indivíduos, atitudes, competências e conhecimentos muito diferentes daqueles que se consideravam serem suficientes em  épocas anteriores.
São cada vez mais os indivíduos que se deparam  com profissões que não tiram proveito da sua formação, ou descobrem que o conhecimento académico adquirido não os preparam devidamente para a vida profissional.
Passará a empregabilidade, exclusivamente, pelo investimento no conhecimento?
Considerando o que defendem alguns autores, o sucesso profissional não depende apenas do conhecimento. Atitudes, valores e outras dimensões não cognitivas, como é o caso das características afetivas e emocionais, também contribuem para arranjar e manter o emprego. É a chamada Inteligência Emocional e prende-se com as emoções.
Neste entendimento alguns autores, como Goleman (1998), defendem que são as emoções que expressam impulsos, geram ideias, condutas, ações e reações, isto é, não é apenas a razão que influencia os atos dos indivíduos. Os indivíduos emocionalmente inteligentes são os que usam a razão para compreender as suas próprias emoções e a dos outros.
O livro A Nova Inteligência, da autoria de Daniel Pink, (uma referência no mundo da gestão e do comportamento), explica porque devemos dar primazia ao hemisfério direito do nosso cérebro. Segundo este autor, esta é zona do cérebro que  está relacionada com as funções que podemos de apelidar de mais intuitivas, criativas, mais ligada ao nosso bem estar. Quanto ao  lado esquerdo, o autor relaciona-o com as  funções designadas como "mais racionais", metódicas, vocacionadas para tarefas mais exatas no seu planeamento e execução. Este tem sido o lado do cérebro mais valorizado nos últimos tempos, com consequências ao nível do bem estar e felicidade das pessoas.
Segundo a Psicologia Positiva e, numa sociedade onde a economia prevalece sobre tudo o resto, o caminho tem que ser o de dar atenção ao bem estar das pessoas, aos seus níveis de felicidade e, sobretudo, tê-las em consideração quando se pensa em políticas económicas.
É um caminho difícil, sobretudo numa altura em que as politicas educativas valorizam cada vez mais o lado esquerdo do nosso cérebro: a educação é razão, lógica. Tudo o que seja intuição, criatividade, isto  é, funções atribuídas ao lado direito, é menos valorizado.