A poucos dias de comemorar mais um aniversário, gostaria de partilhar a minha opinião
sobre a importância da celebração desta data. Pode parecer divertido, desejável
e importante, mas esta celebração não é vista da mesma forma por todos nós.
Neste entendimento, a questão essencial, mais
profunda, é que a comemoração do aniversário leva-nos a refletir sobre a nova
vida e a questionar as nossas prioridades. É uma época de balanço.
O que sabemos é que a comemoração do
aniversário, ou de qualquer outro marco importante da nossa vida, contribui
para a construção equilibrada da noção do Eu. Contribui, também, para
sedimentar a consciência de quem somos e sobre a fase do percurso de vida em
que nos encontramos bem como, o caminho a seguir. Daí considerar-se que a velhice
não depende da idade, mas das ilusões por cumprir e que existe uma velhice
biológica e uma psicológica.
Ninguém gosta de envelhecer. Envelhecer pode
significar um golpe emocional difícil de ultrapassar gerando efeitos
psicológicos como a angústia, a ansiedade, a tristeza e, por vezes, a
depressão. Estes efeitos psicológicos surgem com a perda da nossa autonomia, do
nosso autocontrolo, das nossas capacidades mentais e biológicas, da nossa autoestima
e da nossa capacidade de sentirmos úteis, capazes e desejadas.
Para contrariar
e gerir melhor a passagem dos anos devemos, entre outras, cuidar de nós com
carinho, isto é, fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para ter uma boa autoestima;
não parar de fazer planos e ter objetivos; manter a paixão pela vida e pelos
outros; mantermo-nos em atividade, fazer exercício físico sem esquecer o treino
cerebral; nunca deixar de aprender, de estudar, de conhecer novas realidades;
cuidar da saúde; não deixar de fazer o que gostamos por ser complicado ou
impróprio para a idade; não nos isolarmos e, sobretudo, não pensar no
envelhecimento como o fim da vida.
Uma pessoa é velha quando começa a olhar mais
para trás do que para a frente, quando se concentra mais nos factos passados do
que nos projetos futuros.
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